A paulatina redução no número de processos em tramitação no STF, que resultou no menor acervo em décadas, pode contribuir para aperfeiçoamentos qualitativos e maior celeridade na prestação jurisdicional. Esse cenário pode se revelar um poderoso aliado na consolidação de índices virtuosos de confiança no sistema judiciário. Os avanços, embora incrementais, têm servido de contrafluxo à jurisprudência defensiva, permitindo ao STF tempo para se aprofundar sobre as questões de maior relevância e proferir decisões mais qualificadas e em maior sintonia temporal com as urgências socioeconômicas. Em contrapartida, o avassalador crescimento do contingente de processos que chegam ao STJ exige atenção. Apesar dos expressivos índices de produtividade, a sobrecarga dos ministros e servidores atingiu níveis insustentáveis e sem precedente no mundo. Não há gestão, tecnologia ou ampliação de quadros que, sozinhos, sejam capazes de resolver esse problema—é indispensável atacar suas causas estruturais. A eficiente administração de ‘remédios’ dependerá de um diagnóstico preciso, embasada em dados e informações bem mapeadas. Há um longo caminho a percorrer na formulação e implementação de medidas que aprimorem o sistema, mas sem ceder à recorrente tentação de sacrificar garantias da advocacia, que, em última instância, são pilares fundamentais na proteção dos jurisdicionados ”